Jogamos - Willy-Nilly Knight

 Mamilos Club - Não Recomenda - Willy-Nilly Knight

Willy-Nilly Knight é um RPG com combate em turnos desenvolvido pela Double Dice Games. O título conta com quatro dificuldades, tem perspectiva isométrica e a câmera é livre para movimentá-la ou girá-la como bem entender.

A história do jogo é um garoto chamado Arthur que acorda em um lugar diferente, uma outra dimensão. Ele avista uma espada presa em uma rocha e a retira, logo encontra Guinevere, uma garota que precisa da ajuda do mais novo guerreiro. Arthur, ao ver que a moça utiliza magias e os inimigos são personagens de histórias de fantasia, logo assume que tudo se trata de um sonho e resolve aproveitar ao máximo que puder, encarnando o personagem cavaleiro.

Não há nada de inovador, algumas vezes há referências à ícones populares (como um personagem chamado Poker que tem a mesma aparência do Joker/Coringa de Batman), mas no geral a narrativa do jogo é básica e sua história nada envolvente. Esse foi o principal quesito para não recomendar o jogo, na minha opinião um RPG deve ter ou uma história cativante, ou bons personagens, ou no mínimo um sistema de combate melhorado. Infelizmente Willy-Nilly Knight peca em todos esses quesitos.


O jogo é bastante rígido, no sentido de que além da história ser linear, os personagens não tem muita liberdade em construir diferentes builds. Ao subir de nível você ganha pontos para colocar em quatro diferentes atributos, porém se você colocar no atributo recomendado para o personagem um ponto equivale a dois. Por exemplo, se eu colocar um ponto em inteligência na maga Guinevere, dois pontos são adicionados ao invés de um, ou um ponto em força ou constituição no cavaleiro Arthur equivalem a dois pontos. Isso limita bastante, fora os equipamentos que são separados por classe: machado e martelo para o guerreiro, cajado para a maga, arco para a caçadora, espada e escudo para o cavaleiro. As peças de equipamentos também são específicas para classes, exceto as de guerreiro e cavaleiro, o que é algo ruim, já que as lojas dão poucos conjuntos de equipamentos, se essas duas classes tivessem equipamentos separados iguais às armas, seria aceitável.

A interface não é nem um pouco eficiente. Se você estiver na janela de atributos e inventário, para passar para a janela de craft é preciso sair da primeira e entrar na outra, se quiser ir para as habilidades a mesma coisa. Podiam ter feito uma única janela com diferentes abas, mas preferiram separar entre várias, fazendo o jogador sair e entrar a todo momento que precisar de uma opção diferente, até mesmo inventário e craft, ou atributos e habilidades, ou ainda mapa local e mapa global, são coisas relacionadas e estão em diferentes janelas. Ainda a falar da falta de eficiência, agora do inventário e da barra de atalhos, não é possível arrastar um item até a barra de atalhos, você precisa clicar e pedir para adicionar, mas depois de adicionado na barra o item ou habilidade pode ser mudado livremente apenas arrastando. Algo simples, não é um problema grande, mas facilitaria.
Janela de inventário e atributos dos personagens
Movimento automático não é dos mais inteligentes, se você mandar seus personagens andarem uma grande distância no mapa eles com certeza vão ficar parados em algum canto, não terminando o comando de movimentação.

As árvores de habilidades possuem no geral três caminhos, e para alcançar as habilidades mais avançadas muitas vezes é necessário investir pontos em TODAS outras habilidades... sim... para se ter as últimas habilidades você precisará colocar pontos em todas anteriores dos três caminhos diferentes. É chato porque muitas vezes não queremos investir ponto em um caminho, já que sabemos que não vamos usar das habilidades dele, mas ainda assim é preciso. Podiam ter feito algo que muitos jogos fazem, os requisitos são pontos investidos, assim poderíamos maximizar as habilidades que são mais úteis e quando investirmos pontos suficientes na árvore, as habilidades mais avançadas são liberadas. Porém, em Willy-Nilly Knight as três vertentes de habilidades no fim se ligam novamente, por isso é preciso passar por todas as três ramificações para alcançar as últimas habilidades.

Ainda a falar de habilidades, elas são muito similares, único conjunto de habilidades que achei diferenciado é da arqueira e talvez do cavaleiro, fora eles não há muita diferenciação além dos efeitos de status que possuem pouca probabilidade de acontecer.

Os inimigos ficam parados no mapa, esperando por você entrar na área para iniciar a batalha, também não é um problema e é bastante utilizado em outros jogos, mas ainda assim dá uma sensação muito estática, o jogo já é tão limitador, colocar inimigos parados em um único ponto faz tudo ficar ainda mais estático e chato. Por falar nisso, a parte estratégica é péssima, o grupo anda junto e não tem como movimentar cada um separado fora de batalha, todos andam juntos, isso não permite posicionar de muitas maneiras diferentes os personagens antes das batalhas.
O grupo completo de Arthur
O gráfico do jogo é maravilhoso, os mapas lindos, cores bonitas, personagens bem feitos, o zoom pode ser dado até muito próximo, unido à câmera que gira 360º mostra o ótimo trabalho na arte desse título. Os efeitos sonoros são muito bons e a música medieval, embora nada diferente, dá um ar agradável para o jogo.

Em suma, fico extremamente triste por ver um jogo tão lindo quanto esse ser tão medíocre, havia um potencial imenso nele, mas simplesmente faltou originalidade e talvez criatividade dos desenvolvedores que fizeram algo tão básico. Eu queria muito recomendar Willy-Nilly Knight, os gráficos e sons são maravilhosos, me encantei com os locais tão bem detalhados, joguei mais de oito horas para tentar gostar do jogo, mas foi sacrificante, algo maçante, extremamente chato. Se você quiser um jogo básico, sem muitas emoções ou grind (já que os inimigos não renascem), então compre e tenha alguns momentos relaxantes, o jogo não é de todo ruim, fora isso a história não caminha de uma forma interessante, a jogabilidade não tem nenhum diferencial (ou liberdade) e os personagens são entediantes e sem traços marcantes.

Pontos favoráveis:
  • Jogo é lindo, tudo muito bem feito e dá um 'prazer visual', realmente encantador;
  • Trilha sonora medieval e efeitos sonoros legais;
  • Sistema de craft é bom e facilitado;
  • Algumas referências à cultura pop.

Pontos desfavoráveis:
  • Falta de tradução para português;
  • História desinteressante;
  • Personagens sem personalidade que cativa o jogador (ao menos não me cativaram);
  • Falta de eficiência nos menus;
  • Árvores de habilidades não são das melhores, além das habilidades serem muito similares;
  • Muita falta de liberdade para construir seu personagem, única coisa que dá para fazer de diferente é maximizar habilidades diferentes, fora isso sempre tem que colocar um ponto em todas e nos atributos recomendados.




Olá! Meu nome é Alice Liddell e sou responsável pela análise que você acabou de ler, dúvidas ou sugestões não deixe de comentar.

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